Descrição da primeira morte efetuada por uma dupla de psicopatas. Segundo eles, é só o começo. Quem será a próxima vítima? Quem diria eu saber que isso valeria a pena algum dia, o sabor, a excitação e o gosto de tirar a vida de alguém que eu necessitava da vingança há muito tempo. Não existe culpa, não importa-me que isso tenha sido feito, só sei que não vai acabar. Mantive um breve silêncio sentado observando o modo como ela manuseava a faca, brincando como se fosse uma criança que queima formigas com a lupa de aumento visual, sorria sem se preocupar se a vítima forçava a voz ou rasgava mais ainda a boca fechada com fita adesiva; ficava mais admirado com o fato dela passar tanto tempo sem nem ao menos chegar perto do que estava fazendo e mesmo assim agindo sedutoramente enquanto torturava-o. Fazia cortes verticais na coxa com a vítima já com roupa de baixo, o sangue escorria pelas laterais encharcando a cadeira na medida em que os cortes aumentavam, alguns profundos demais. Levantei-me, bati na cabeça dele até que ficasse inconsciente, retirei e o coloquei sobre uma cama velha de ferro com a barriga para cima amarrado nos braços e pés, notei que Sofia havia causando um grande estrago nos mesmos, perdido muito sangue foi fácil de deixa-lo inconsciente. Na bandeja ao meu lado peguei o alicate, verifiquei se funcionava corretamente; bem no fundo escutava o som calmo e perturbador da banda “RottingChrist”, a faixa naquele momento era “Nom serviam”, aquele riff adentrava minha cabeça, imaginando, “Withthe face ofangel, in flirt withsin (Com o rosto de anjo, em flerte com o pecado)”. Sim, tudo fazia sentido, eu gostava daquilo. Sofia retirou a fita, pude notar seus lábios rasgados e roxos, ela abriu a boca enquanto eu retirava dente pós dente, era tanto sangue a ponto dele morrer naquele momento por hemorragia, movia o alicate sobre cada um, pra frente e pra trás, alguns quebravam e não saiam por inteiro. Minutos depois ele acordou, eu estava sentado ao lado do corpo enquanto Sofia limpava a faca. - Sabe... – Continuei. – As pessoas acreditam que podem agir diferentes e assim serem superiores a qualquer um, mas é claro que tudo isso é bobagem, eu sempre vi a morte como um bônus a mais para consertar esses erros - Ainda olhando ele quase que inconsciente. – Felizmente o meu modo de lidar com ela é bem diferente. Eu poderia te dar a chance de viver e não fazer novamente o que fez comigo, mas pra que correr o risco? E da mesma forma é meio difícil você sair vivo daqui sem sequelas, então, você já me viu, vamos ter que te matar – sorri. Ele virou o rosto para o outro lado enquanto Sofia se aproximava, puxou-lhe pelos cabelos e cortou a garganta, o sangue jorrou de modo pulsátil, com certeza havia atingindo uma artéria. Não demorou muito até que parasse de respirar, sua cor não tinha mudado tanto quanto a alguns minutos, talvez ele morresse logo se deixássemos ali deitado engolindo o próprio sangue. Pareceu fácil demais, a única coisa ruim nisso tudo é que só poderia fazer aquilo uma vez; organizamos nossa sala tanto quanto mediana, quente, abafada. Cortamos e em pedaços colocamos nos vasos de formol, o resto juntamos a uma caixa e foi entregue a delegacia da cidade, um caso há mais para intriga-los, seria comentado, eu seria conhecido. Eles temeriam a mim. Não sou louco como dizem, nem doente, eles só tem medo de demonstrar o que escondem da sociedade, se prendem e não sabem viver, acusam dos quais tem coragem. Eu não tenho medo, sim, eu sou um assassino em série... E isso não vai acabar!