A síndrome aguda das radiações consiste em um conjunto de sintomas e sinais clínicos decorrentes da exposição do organismo à elevada quantidade de radiação durante certo período de tempo que varia de minutos a meses.
Esta síndrome tem sido relatada em trabalhadores do programa nuclear da União Soviética, devido à exposição prolongada à radiação que os mesmos são submetidos. Também foi observada em indivíduos que se encontravam em áreas de acidentes nucleares.
Os efeitos da radiação no organismo dependem de vários fatores, como:
Dose de radiação absorvida pelo organismo;
Período de exposição;
Forma de exposição (corpo inteiro ou localizada).
Clinicamente, esta síndrome se divide em três apresentações: hematopoiéticas, gastrointestinais e neurológica/vascular. Estes sintomas podem ou não ser precedido por pródromo (náuseas, vômitos, anorexia, diarreia, mal-estar generalizado e febre). A velocidade de início dos sintomas está relacionada à exposição à radiação.
Hematopoiético: caracteriza-se pela redução drástica do número de células sanguíneas, o que pode levar a infecções, em decorrência da baixa taxa de leucócitos. Outra possível consequência também são as hemorragias, ocasionadas pela baixa taxa de plaquetas, bem como anemia, causada pela baixa taxa de eritrócitos.
Gastrointestinal: inclui náuseas, vômitos, perda de apetite e dor abdominal.
Neurovascular: neste caso os pacientes apresentam vertigem, dor de cabeça, ou redução do nível de consciência com ausência de vômitos.
Dentre outras manifestações clínicas que podem ser observadas em decorrência da exposição à elevada quantidade de radiação estão:
Alterações de pele, como vermelhidão, prurido, bolhas, ulcerações e necrose do tecido exposto;
Alopecia;
Nos casos de exposição por muito tempo, a radiação pode levar ao desenvolvimento de neoplasias.
O diagnóstico habitualmente é alcançado com base no histórico de exposição à significativa quantidade de radiação e achados clínicos compatíveis com a síndrome. Exames de sangue que evidenciam uma contagem absoluta de linfócitos pode fornecer uma estimativa aproximada da exposição à radiação.
O tratamento é apenas suporte, incluindo o uso de antibióticos, produtos derivados do sangue, fatores estimulador de colônias e transplante de células-tronco hematopoéticas.
A melhor forma de prevenção desta síndrome é a não exposição ou minimização da exposição à radiação.