Quando rompi com meu marido, achei que resolveríamos a situação com uma calculadora, boa vontade e umas hora de nosso tempo. Inicialmente sugeri que cada um ficasse com metade dos bens e que a casa fosse vendida, nunca pensei que poderia ser diferente, ele achou injusto, tentei subir a oferta, sugeri um outro tipo de divisão meio à meio: E se ele ficar com todos os bens e eu com toda a culpa? Até esta oferta foi recusada. Não tinha ideia de como agir, o que eu poderia negociar se já havia oferecido tudo? Eu sentia tanta culpa por ter terminado, que eu não conseguia me sentir no direito de querer um centavo do dinheiro que eu havia ganho nos últimos anos, enfim, assim seria, não iria me defender nem mesmo brigar.
Se passaram meses, minha vida havia se tornado um limbo, aguardava pela liberdade. Já estávamos vivendo separados, mesmo não tendo resolvido nada, as dívidas se amontoavam, minha carreira regredia, o apartamento estava caindo aos pedaços e meu ex marido só me contatava para que eu me lembrasse como eu era uma má pessoa, porém conheci Manuel, não diria que me apaixonei por ele, na realidade eu saí de meu relacionamento e me joguei nos braços dele, sim eu o amei. Apesar de tudo, a única palavra que meu amor por Manuel me trazia era desespero, eu o amei desesperadamente, quando contei para Mônica, minha melhor amiga, sobre Manuel, a primeira coisa que ela disse foi: ''Ai meu Deus, baby como você está ferrada.'', realmente como dizem por aí, um amor desesperado é o tipo mais difícil de amor.