HISTÓRINHA DO TIO MOSCA PRA VCS CUBAREM 
A ILHA
A bruma densa e fria envolvia o pequeno barco pesqueiro que levava Elias rumo a Aethel, uma ilha esquecida nos mapas, envolta em lendas de antigos assentamentos vikings. Elias, um historiador renomado, mas de espírito cético, ansiava por desenterrar evidências concretas dessas narrativas. A viagem, mais longa do que esperava, intensificava a sensação de isolamento.
Ao finalmente alcançar a costa de areia vulcânica e escura, um silêncio quase palpável o engoliu. O som das ondas quebrando era abafado, criando uma atmosfera opressora. Munido de sua mochila e ferramentas, Elias adentrou a vegetação rasteira e retorcida, esperando encontrar vestígios de pedra ou madeira entalhada.
No entanto, no coração da ilha, onde suas pesquisas indicavam o centro do antigo povoado, não havia ruínas familiares. Em seu lugar, erguia-se uma estrutura geométrica perfeita, feita de um metal liso e escuro que ele jamais vira. Suas faces angulares pareciam absorver a luz, e uma pulsação sutil, quase imperceptível, emanava de seu interior.
Cautelosamente, Elias aproximou-se e tocou a superfície fria e estranhamente vibrante. No instante do contato, sua mente foi inundada por uma torrente de imagens vívidas e desconcertantes: metrópoles verticais rasgando os céus, veículos silenciosos deslizando sem rodas, e até vislumbres fugazes de naves cortando a escuridão do espaço.
A compreensão o atingiu como um raio. Aquela estrutura não era obra de vikings ou de qualquer civilização conhecida. Era algo mais, algo de um futuro tão distante que a própria história parecia insignificante diante dele. A chave para viagens no tempo, talvez, ou um farol de uma civilização interestelar adormecida.
Elias sentiu o peso esmagador de sua descoberta. Os livros de história precisariam ser reescritos, a compreensão da humanidade sobre seu passado e futuro seria irremediavelmente alterada. A pequena e isolada Aethel guardava um segredo que não cabia nos anais do mundo, um segredo que agora repousava nas mãos de um único historiador atônito. O amanhã da humanidade havia sido encontrado em uma ilha esquecida.