Começou mais um dia, dia deplorável. O despertador me expurga de meu mundo perfeito, mais uma vez tenho de engolir esta vida e aceitar o que tenho, mais uma vez acordar ao lado da mesma mulher, com as mesmas discussões sem propósitos. Arrumar as crianças para largá-las na escola e desgastar o que resta da esperança no trabalho. Mais uma vez o ciclo se inicia, o despertador canta o alvorecer, obriga a sair da cama, a sair do meu mundo. VAMOS LÁ! Um sorriso no rosto! Já nem sei mais quantas vezes repeti os dias. Ainda me reviro na cama enquanto o despertador insistentemente obriga-me a levantar, hoje, mais um dia, dia de cão. Início a discussão matinal com o que ainda acredito ser minha mulher enquanto nos arrumamos para então, acordar as crianças e fazer o dia andar. Arrumá-las, dar comida, organizar a casa, os primeiros raios de sol já iluminam o mundo. Mais um dia, dia chuvoso, diferente do comum, hoje a chuva arrebata o que sobrara da felicidade, açoita os desgraçados que têm de lidar com a dura realidade. Deixo as crianças no colégio, o dia passa rápido demais quando o trabalho se inicia, ainda tenho muito o que fazer. Saio com o carro em disparada ao escritório, respondo os e-mails, conferência, ligações ainda enquanto dirijo, mais uma hora até chegar em minha mesa, mais uma hora para poder respirar e tomar meu café. Esposa liga, precisa continuar a discussão da manhã, não satisfeita, insiste em devastar o que sobra de meu espírito. Enfim no escritório, sentar em minha cadeira, sozinho em minha sala por poucos segundos, até o telefone tocar... E novos problemas me assombram, briga com clientes, briga com funcionários, eles não aprendem, precisam ser ensinados. E novamente lá se vai minha manhã, perdida em problemas resolvidos dos demais que a mim trouxeram, após utilizar-me me deixam jogado como uma prostituta recém utilizada que é esquecida em qualquer calçada. PAZ, posso almoçar sozinho até o telefone tocar e mais uma vez se vai o momento de tranquilidade. O almoço cai como uma pedra, mal aproveitado, preciso apenas alimentar o corpo, o prazer na comida já se foi a muito tempo junto com muitos outros demais. Apenas continuo no caminho pois sou o pilar sênior da família, o que seriam deles sem mim, preciso suportar, preciso continuar, o dinheiro é quem ordena. Inicia-se a tarde, o almoço virou passado. A mente ainda não descansou, o trabalho não para, inicia-se a confusão ao meu redor. Então olhei pela janela, um alívio no vento gelado que acariciava meu rosto, tudo foi em vão, a humanidade é carvão em meu suor. Saí então desta cela, precisava pensar, volto para o estacionamento, posso aproveitar uns bons cigarros enquanto todos me procuram. Cinza era o céu, a chuva não cessava, a penumbra das nuvens não deixava nem minha sombra ser reconhecida por mim. Vejo próximo minha preciosidade graciosa deleita-se com um cigarro, seu corpo esplendoroso era um convite para obscenidades inconcebíveis, deixo minha mente ser tomada por todos os pensamentos possíveis. Até me encontrarem e novamente inicia o tormento, o desejo é esquecido, agora tenho uma família.... Volto ao trabalho, tenho os objetivos definidos, quanto mais trabalhar, mais vou lucrar, mais vou poder sanar os desejos de quem ainda gosto, deixá-los em bons lençóis, preciso trabalhar, não posso ceder a meus desejos, tenho de me focar mais que todos. Só eu sei o que é necessário para cumprir os sonhos dos que ao redor de mim vivem, quase se tornam estranhos, o dinheiro cobra um preço alto para telo. Entrei em minha sala, não suportava mais a chuva incessante, novamente precisarei sair. A tarde tem seu fim, preciso buscar as crianças, mas o trabalho ainda não terminou, preciso também terminar o trabalho. Telefone toca, mais uma vez a esposa brigando, com o telefone em um ouvido entro no piloto automático na conversa com ela, sigo com total atenção no trabalho. Olho no relógio já é noite, as crianças preciso buscar! Divido-me em dois, falando ao celular com clientes e dirigindo o mais rápido que posso nessa chuva incessante, preciso buscar as crianças na escola, não posso deixá-las a esperar na porta. Mais atenção no telefone, menos na estrada, preciso responder um e-mail, a chuva engrossa, a esposa liga. Aos berros me avisa. — Não precisa buscar mais seus filhos, comigo eles estão, tive de buscá-los, você não presta para ser pai! A raiva invade minha mente, ingratidão de todos ao meu redor, não entendem o que tenho de fazer por eles, não ligam. No pedal direito que se descarrega a raiva, nele se encontra a paz. E na curva com a chuva uma tocaia me aguarda. Um olho na estrada outro no celular, a alta velocidade é a chave para a saída do mundo, o inconsciente sabia o que ia acontecer, o consciente insistia em se dividir... As rodas traseiras perdem o atrito ao asfalto encharcado de água, deslizam fazendo o carro invadir a outra pista. O controle a partir deste ponto torna-se impossível de se recuperar, jogo a direção para o lado oposto, as rodas dianteiras deslizam sobre a grossa camada de água no asfalto, mas o carro desliza em linha reta a pista contrária. Um grande caminhão se faz ouvir, suas buzinas como trombetas alertam o fim que está por vir. O tempo desacelera, os segundos tornam-se horas. De dentro do carro posso ver apenas os grandes faróis do caminhão me iluminando, sabia o que ia acontecer, sabia que ali seria o meu fim, sabia que hoje não era um dia comum. Em minha mente começa a tocar uma música de forma incessante, “Devo ficar ou Devo Ir?”. Me vejo de fora do carro, vejo o erro que cometi, vejo o que não devia ter feito. A partir deste ponto não mais tinha volta. O tempo, antes parado, agora começava a andar em câmera lenta, o cheiro da borracha queimada deixa-me nauseado, o som estridente das buzinas dá lugar a uma sinfonia de metal se retorcendo e plástico quebrando. Vejo os faróis do caminhão entrando dentro de meu carro. O volante desprende-se da base abaixo do painel esmagando minha cabeça contra o banco e o airbag, sinto os ossos de minha face sendo quebrados com a enorme pressão exercida. O motor do carro é empurrado para baixo do caminhão enquanto a parte em que eu estava era arremessada para cima. Pude ver o motorista do caminhão ser cortado pelo vidro e logo esmagado pela cabine que foi puxada para baixo pelo motor do carro junto com o que sobrava do motor do caminhão. Pude ver a vida se esvaindo do pobre homem que era esmagado junto ao metal. Em meu carro, que foi arremessado para cima, senti o banco lateral ser empurrado contra meu corpo e retirando o volante com uma violência inigualável de meu rosto. Meu braço direito foi quebrado em pedaços, assim como as pernas que foram esmagadas pelo painel, deixando apenas o braço esquerdo livre para fora do carro que ao tocar o chão se fez sentir o asfalto esmerilhar os dedos até serem arrancados um a um. Quando o que sobrará do carro finalmente parou ao chocar-se contra o carro de uma mulher que viera logo atrás do caminhão, vejo a sua frente se enterrar junto nos destroços que deveriam ser meu veículo… Quando tudo finalmente se acalmou, senti a água da chuva escorrer por entre meu rosto desfigurado e prensado contra o que era o teto do carro. Sentia o gosto metálico do sangue e a fria água tocar o que ainda restava de minha pele. Quando finalmente pude ouvir as sirenes a dor diminuiu e logo desapareceu. Já não sentia mais a água ou o gosto do sangue… Eu estava em pé fora do carro, lutando para ficar vivo. Os bombeiros e paramédicos levaram horas a fim de retirar-me das ferragens com vida, vi a mulher e seu filho em minha frente chorarem aos prantos por sua filha morta ainda presa nas ferragens do carro. Vi os bombeiros retirando o que sobrará do corpo do caminhoneiro com uma pá enquanto procuravam os pedaços que insistiam em ser levados pela torrencial chuva que não cessava. Caminhei entre os destroços daquele horrendo acidente, vi, vi os erros que cometi, vi o que fiz, vi meu corpo irreconhecível, desfigurado, sem identidade eu estava, sabia que ali era o fim, despido e sem razão, corpo que a morte já levou. — Não vou parar de lutar, jamais me conformar em morrer só. Agora vivo em meu baluarte de rancor, olho para traz e vejo os passos que deixei, uma trilha sem igual, uma rua sem saída, meus filhos não podem segui-la! Deus onde Está Você?. ... Ter memória é não ter paz. Acordei no chão de um quarto de hospital, a luz cintilante nauseava-me, vejo minha família ao redor da cama. Na cama um corpo, desfigurado, sem expressão, entubado, ligado a máquinas, como uma louça estilhaçada. Pinos e hastes mantêm o que sobrará dos ossos no lugar, apenas o braço esquerdo estava sem fraturas e sem os dedos, o que sobrará na cama não passa de um vegetal. As esperanças abandonaram minha mente quando me dei conta de minha situação, mas ainda precisava ver minha família. Precisava implorar por seu perdão... Na volta daquele horrendo corpo, minha filha, com um olhar vago sentada em uma cadeira escorada aos pés da cama chorava baixinho com a cara encostada nos lençóis. Meu filho com olhar fixo em meu corpo, deitado no sofá, não expressava emoções. Minha esposa tocava a única parte do corpo que eu ainda deveria sentir algo, mas nada sentia. Estava me desligando daquele mundo, eu era um espectador, não queria acreditar que meu mundo se resumia a isto! Um médico, jovem, com um jaleco branco, levemente sujo, entrou no quarto. Ele precisava falar com minha esposa, que logo mandará as crianças na lanchonete. — Ele está em coma, não sabemos a real gravidade neurológica. Pode nunca acordar... Por favor, considere a doação dos órgãos uma possibilidade... Não acreditava no que estava ouvindo, eu estava vivo! Estava aqui! Não vou deixar este mundo sem lutar... Eu nunca pensei sobre como seria estar em coma o que me impediu de estar minimamente preparado para a situação em que me encontrava agora. Era como paralisia do sono, estava trancado em uma mente que se desfazia, era um refém, prisioneiro em meu estilhaçado corpo, a mente fluindo sem parar fervia em um turbilhão de emoções renegadas. — Parece que ele está dormindo. Eu ouvia meu filho dizer. Meu corpo não me permitia me sentir nada, eu estava lá. O filho, longe, não se fazia triste, talvez estivesse feliz pelo fim próximo do pai ausente. Passei tantos anos da minha vida trabalhando sem parar, que me esqueci de dar aos meus filhos a atenção devida. E agora o destino, que eu tanto relutei acreditar na existência, estava me pregando a pior das peças. Estar tão próximo e não poder sequer sentir o toque deles. Eu os vejo em minha volta, eu os escuto, porém não sabem que estou aqui… — Eu não posso acreditar no que ele fez... É melhor começarmos a pensar em desligar as máquinas... Meu filho discutia com minha esposa. Sim, desliguem-me dessa existência sem sentido, onde estou fadado a viver eternamente me arrependendo dos momentos que não vivi, dos abraços que não dei, das histórias que não contei. Em minha cabeça a música continuava insistentemente... “Devo ir ou devo ficar” Discutiam sobre o mal que causei a nossa família, discutiam sobre o monstro que me tornei, sobre o que fiz. Minha filha, deitada sobre meu braço chorava aos prantos, eu podia senti-la, um resquício de felicidade surgiu em mim, a esperança em voltar a vida havia invadido minha mente. Aos prantos, em sussurro a jovem garotinha me dizia, eu te perdoo. Eram altas horas, eles precisavam ir para casa, se alimentar, tomar banho e dormir, era hora de me deixar só. Eles precisavam levar a vida, não tinham noção de que eu estava preso naquele quarto. A porta se abre e fora dela, apenas a escuridão, eu os vi sumirem nela. Novamente sozinho, mais uma noite sem ninguém para me confortar. Esperei ávido por qualquer um, minha única fonte de combustível mental, meu único entretenimento. O silêncio me consumiu e acabei adormecendo. Dormir foi um limbo sem sonhos, foi contemplar o nada, apenas a escuridão. Era como se minha alma estivesse decidindo se fica ou se vai embora, como naquela música que eu adorava, Eu devo ficar ou Eu devo ir. Sim, minha alma cantava animada a plenos pulmões e eu podia apenas lutar ao máximo, mas no fundo sabia, que o inevitável viria… O tempo passou, as visitas foram diminuindo até serem resumidas a finais de semana. Meu filho já não vinha mais, já se fazia tempo que eu não o ouvia. Nos finais de semanas tão aguardados apenas minha esposa e filha vinham visitar-me, a felicidade que sentia era imensa, a garotinha que sempre se agarrava ao meu braço, fazia apenas chorar. Sentia suas lágrimas escorrerem por meus machucados. Ela olhava para meu rosto desfigurado e dizia. Você precisa acordar! Os finais de semanas foram passando, eu estava preso em um tempo, tempo no qual corria apenas quando os via, para mim era como se apenas tivesse corrido alguns dias desde o acidente. Durante todo o tempo, tentava comandar o corpo, ordenava, desejava mexer um dedo, mas como um observador da minha própria vida, minha consciência já não comandava mais aquele resto de corpo. Escutei de novo a voz de meu filho ao longe e tentei me jogar em sua direção. — Faz mais de dez meses que ele está assim. Os médicos não veem sinal de melhora. Não tenho mais fé que ele irá voltar... E para que voltar? Eu devo ir ou Eu devo ficar, minha mente berrava. Dez meses? Por quanto tempo eu me perdi em meus próprios pensamentos? Demorei tanto assim para concluir que fiz escolhas erradas? Demorei tanto tempo tentando me conectar com eles que agora já se fazia impossível, havia me tornado um monstro para meus filhos, o garoto não queria mais me ver, já se fazia seis meses que eu não o via. Novamente minha doce garotinha se agarra ao meu braço. Deixava as lágrimas lavarem o que sobrara de minha mão, ela me dizia. — Papai, eu te perdoo, você precisa entender…Você Precisa Acordar. — Já estamos pensando nisso há tempo demais. Não podemos mais lidar com isso, precisamos tomar uma decisão, se não fosse por ele, ainda estaríamos juntos… Lidar comigo. Tudo que consegui de minha família foi que eles “lidassem” comigo. Eu dei tanto, sofri tanto, passei por tanta coisa para que no fim me tornasse apenas mais um problema a ser superado. Eu me tornei obsoleto. Minha esposa e minha filha eram os únicos que vinham me visitar, meu filho. Meu primogênito, nem sequer entrava em meu quarto, eu podia sentir seu ódio que crescia todas as vezes que tinha de me visitar. Eu havia me tornado mais que um problema a ser superado, havia me tornado um monstro... A minha amargura era tudo o que eu tinha, preso dentro de mim mesmo. Mais uma vez os via indo embora, e agora? Quanto tempo levarão para retornar? Mais uma vez ficarei sozinho em meus pensamentos. Me trancava em minhas memórias, memórias não mais sólidas como antes, muito já havia virado o breu, muito já não mais conseguia me lembrar. Eu devo ir ou Eu devo Ficar? A porta abre e ao ver minha esposa entrar junto a minha filha dava ignição a minha mente adormecida tirando-me das memórias quase desfeitas trazendo-me de volta ao mundo real. Mas hoje, parecia ser sua última visita, ela estava de preto, meu filho que a muito não o via, estava junto a minha esposa. O garoto olhava para mim com um tom de desprezo, podia ver em seus olhos o ódio que sentia por mim, abraçado em minha esposa, sua mãe, limpava as lágrimas que ela deixava escorrer. Minha filha agarrada ao meu braço, não continha as lágrimas. Única que ainda tinha esperanças em mim, a única que ficava sempre ao meu lado enquanto a distância a esposa com o filho permanecia. Nunca pensei que morreria, com uma música cravada em minha cabeça enquanto meus filhos e esposa me odiassem. Eu não podia partir desta forma! Médico entra na sala, junto a seu assistente, para ele eu era mais um animal, animal para ser retirado os órgãos, órgãos que poderiam salvar vidas, que estavam sendo utilizados apenas para manter um cadáver vivo. Um corpo cuja alma já desistiu de viver, um corpo cuja ninguém mais ama. O tal destino sabia mesmo ser cruel. — Podemos desligar os aparelhos! Foi a última coisa que me disseram antes de me desligarem. Frio, sem uma despedida, sem um “Eu te Amo”. Se eu pudesse, teria chorado. Amo vocês. E sei que fiz o meu melhor, embora tenha cometido muitos erros. Assim que os aparelhos pararam de ruir e bipar, the clash também se calou, finalmente a maldita música parara de tocar, should i stay or should i go. Na sala minha esposa, meu filho minha filha mais nova, assistiam meu corpo morrer em silêncio. Sufocado, eu sentia a falta do ar, tentava respirar, mas não conseguia, não tinha como gritar. Me ajoelhei aos pés deles, implorando para não fazer isto, eu estava vivo, eu estava ali, estavam cometendo um grande erro... Me vi como milhares de grãos de areia, rumo ao desconhecido, o escuro sem estrelas. Para a minha surpresa, pela primeira vez em muito tempo, me senti grato e em paz. E abruptamente toda a dor, a angústia e o sofrimento passou. Em frente ao meu corpo desfigurado minha esposa e filho se despediam com curtas palavras secas... Não mais preso ao corpo estou. Agora em frente a porta do quarto, olho para o lado e vejo minha filha, linda como sempre, reluzente, pega em minha mão e com um sorriso em seu rosto me diz. - Papai, você finalmente acordou! Uma lágrima escorre de meu rosto, a tristeza invade minha mente. Agora eu lembro! - Filha me perdoe pelo que lhe fiz, eu te amo, não queria isto para você. Apenas queria ter lhe abraçado mais uma vez... - Papai, me pegue no colo e me abrace, senti tanto sua falta, não estou magoada pelo que fez, estou feliz que finalmente pode vir comigo… estava com muitas saudades de você… Pego minha filha no colo, triste e feliz, em um conflito interno, olho para traz ainda segurando a maçaneta da porta. A abraço forte... - Adeus meu filho, espero que me perdoe pelo que fiz a nossa família. Ainda amo você e sua mãe… Abro a porta e contemplo um corredor escuro com uma luz ao final, vislumbro minha querida mais uma vez antes de adentrar ao desconhecido. - Amo você, me perdoe... Pessoal, estou escrevendo um livro de contos e a ajuda de vocês seria muito bem vindas e nomeadas em meu livro, caso gostaram deste conto, por favor entrem em contato comigo, abaixo segue meu contato do SKYPE, estou sempre online durante o dia. livewander e-mail - owander@brdigital.com.br Deste conto todos os direitos são reservados a Otavio Wander.
Caralho essa história tá emocionante porém tenta brincar com o jogo de cores para não doer a cabeça do leitor