Fonte : ESPN
Dessa vez não deu para o Deportivo La Coruña aprontar pra cima do Barcelona. Depois de buscar dois empates no Camp Nou nas duas últimas temporadas, foi dia dos visitantes saírem do estádio com quatro gols sofridos na bagagem e sem a mínima chance de diminuir essa diferença.
Grande primeiro tempo do Barça, matou o jogo fazendo três gols e ainda mandou duas bolas na trave. O tempo inteiro no comando da partida, controlando a posse de bola, criando chances sem dar oportunidades para o Deportivo. A defesa não foi muito exigida, mas, nos momentos em que participou do jogo, o setor foi muito mais seguro do que na última rodada, contra o Celta. Mathieu, atuando pelo lado esquerdo na linha de três zagueiros, foi surpreendentemente bem, recuperando 6 bolas no setor defensivo.
Boa parte da segurança na defesa passa por uma ótima partida de Busquets, depois de uma sequência ruim com o Barcelona. O camisa 5, que foi substituído no segundo tempo para ser poupado, acertou 94% dos passes e recuperou cinco bolas, sendo dois desarmes, duas interceptações e um duelo pelo alto. Os erros na distribuição de jogo que vimos nas últimas partidas não se repetiram e, quando a engrenagem do time funciona, tudo fica mais fácil.
Rafinha novamente se destacou, fez dois gols e participou de todas as jogadas pelo lado direito do ataque, seja mais avançado como ponta, ou recuando um pouco mais para o interior do meio de campo. O brasileiro está empatado com Neymar com quatro gols na terceira colocação dos artilheiros do Barça no campeonato, atrás apenas de Suárez e Messi. Foram três gols no período que Messi esteve fora, mostrando que a responsabilidade de atuar na posição do melhor do mundo não foi um problema para o camisa 12.
Rafinha fez dois gols e continua mostrando que merece a confiança que recebe de Luis Enrique
Suárez, com um gol, uma assistência e uma bola na trave, saiu no intervalo para ser poupado. O uruguaio soma 6 gols e 3 assistências em 7 partidas no Campeonato Espanhol. Números que mostram a regularidade do camisa 9, mantendo sua grande fase da temporada passada. Considerando sua participação nos dois jogos na data Fifa, Luis Enrique fez certo em poupar Luisito, um dos últimos jogadores a voltarem aos treinamentos essa semana.
Alcácer, que entrou no intervalo, é o único jogador do Barça que não saiu feliz de campo. Uma defesaça, uma carimbada no goleiro e um gol fácil perdido. Três grandes chances passaram pelo camisa 17, nenhuma terminou em seu primeiro gol pelo Barcelona. A frustração é clara na expressão do atacante a cada oportunidade perdida. Não é fácil, mas ele precisará de calma. David Villa e Suárez, dois casos recentes de atacantes muito bem-sucedidos no clube, demoraram para fazer seu primeiro gol. A hora de Paco vai chegar.
O grande destaque da partida foi Neymar, mesmo sem fazer gols. Foram duas assistências, uma bola na trave e uma grande participação na criação das jogadas. O brasileiro foi excelente na tomada de decisões, errou pouco mesmo sendo muito acionado, especialmente antes da entrada de Messi. Apesar da liberdade para circular no campo, ele não ficou centralizado e jogou praticamente todo o tempo no lado esquerdo. Isso facilitou muito não apenas sua atuação, mas também a criação das jogadas de ataque da equipe.
Como não poderia deixar de falar, Messi voltou e parece que não tinha ficado parado. Demorou três minutos para fazer seu gol e deu um show de dribles, passes e posicionamento. Foram 35 minutos em campo, o suficiente para deixar sua marca e ganhar ritmo para ser titular contra o Manchester City, no meio de semana.
Os jogadores foram muito bem, porém não dá para ignorar a participação de Luis Enrique no resultado. A lateral direita não tinha Sergi Roberto, lesionado e ainda dúvida para o jogo contra o City, nem Aleix Vidal, completamente fora dos planos do treinador e mais uma vez fora até do banco, nem Nili, do Barça B, que treinou toda a semana com o time principal mas não estava disponível por estar com dores nas costas.
A solução foi repetir o 3-4-3 que já havia sido utilizado contra o Leganés. Dessa vez, o time executou o plano de jogo com muito mais competência. A grande atuação de vários jogadores mostrou que a equipe estava à vontade com as ideias propostas pelo treinador.
Luis Enrique ousou novamente e o time correspondeu em campo
Quando Lucho inova na formação e o resultado não é bom, chovem críticas às suas invenções. O que ele faz, entretanto, não são invenções, mas sim dar alternativas táticas para seu time. Com tantos bons jogadores disponíveis no elenco, é possível testar diversas formações para se adaptar a cada adversário.
Guardiola “inventava” muito. Colocava algo novo no esquema tático praticamente toda partida. Ele não era considerado um inventor por essas mudanças porque ficava claro que a intenção era surpreender o adversário, explorar fraquezas. Luis Enrique faz o mesmo. Muda o time conforme as necessidades do elenco, ou para se adaptar a alguma situação da partida.
Às vezes, as coisas não acontecem como se imaginou. Outras vezes, como hoje, dão muito certo. O importante é não ter medo de arriscar. Inventar pode ser um problema quando o treinador não sabe o que está fazendo. Luis Enrique tem seu elenco na palma da mão, sabe as qualidades e defeitos de cada jogador. Por isso, que ele continue inventando e tornando o Barcelona mais imprevisível. Quanto mais opções táticas disponíveis, pior para o adversário, melhor para nós.
Espero que tenha gostado ^^
Vlw :3
Deus no céu e nós no grau.