Iae pessoal. Resolvi criar um conto (na verdade é o começo de um livro que eu pretendo terminar). A história conta sobre assassinatos, e por isso, se você tem aversão a qualquer tipo de violência, NÃO LEIA.
Aos outros, boa leitura 
PS:. Comentem o que acharam, é MUITO importante pra mim saber a reação que vocês tiveram: se está legal de ler, se falta detalhes, se está chato, enfim.
[SIZE=14pt]Cena #1 – Insanidade[/SIZE]
[SIZE=12pt]Seria possível um ser humano ser tão mau ao ponto de suas próprias ações afetarem todos ao seu redor, mas ainda assim ele não parar? Uma mente tão psicótica ao ponto de ser comparada à do próprio diabo? Não se sabe até que ponto se pode chegar a loucura de uma só pessoa.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Edifício Royal – Morumbi, São Paulo, 13 de dezembro de 2015.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Rafaela, advogada de 28 anos resolveu dar uma festa de formatura em seu apartamento na cobertura do Edifício Royal, um dos mais caros do país. Muita bebida, drogas e música alta para levar a festa madrugada adentro. Aos poucos, os amigos e colegas de Rafaela chegam. Às dez da noite, Rogério, namorado de Rafaela, de 29 anos, nadador profissional; Júlio, melhor amigo de Rogério, 25 anos, DJ; e Christina, amiga de infância de Rafaela, de 26 anos, também advogada formada junto com sua amiga, chegam.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Oi, que bom que vocês vieram![/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Oi amor (beija Rafaela). É claro que a gente ia vir, é a formatura de vocês.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): Amiga! Conseguimos! Mesmo depois de tudo, conseguimos![/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): E agora vamos ter o que merecemos! Vem gente, vamos começar. Daqui a pouco os outros convidados também vão chegar.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Júlio): E eu trouxe aquela playlist que você me pediu. Hoje vai ser show![/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Perfeito! Vem gente.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Poucos instantes depois, muitos outros convidados chegam e vão se espalhando pelo amplo apartamento. Do lado de fora, na piscina, muitos se reúnem. Rafaela e Rogério ficam à beira da piscina, enquanto Júlio está como DJ da festa e Christina perto da sala de estar, conversando com outras garotas.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Obrigada por vir hoje... Eu achei que depois de tudo você não iria querer me ver mais.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Rafaela, você sabe que depois de tudo o que aconteceu eu ainda continuo o mesmo, não sabe?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Eu sei, mas...[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Mas nada. Olha, esquece tudo o que aconteceu, nada importa mais agora. O que importa é que você se formou, coisa que você sempre quis. Olha a Chris. Ela ainda está com você, ela não liga mais para o que aconteceu naquele dia. Faz isso por você mesma: siga em frente, esquece o que já foi.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Você está certo, mas ainda assim, obrigada por não me abandonar.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Eu sempre vou estar aqui, ouviu bem? Sempre! Vou pegar algumas bebidas pra gente e já volto.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Rogério vai em direção à cozinha enquanto Rafaela espera. Poucos instantes depois, uma garota senta ao lado de Rafaela.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Sabrina): Oi. Não sei se você lembra direito de mim, a gente estudou junto antes da faculdade, lembra?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Na verdade mais ou menos. Sabrina não é?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Sabrina): Isso! É que eu vim com a Érika, que se formou com você, e resolvi passar aqui pra dar um oi e dizer que a festa está maravilhosa.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Obrigada. A gente passou por bastantes dificuldades no último ano sabe, com aquilo tudo no campus, mas agora já passou e estamos aqui, formadas.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Sabrina): Ah, que bom... Eu na sua situação nem sei o que faria. Admiro você de verdade. Bem, a Érika já está ali me chamando, boa sorte pra você e os outros daqui pra frente.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Muito obrigada.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Sabrina, despedindo-se de Rafaela, vai até outro cômodo e deixa Rafaela novamente sozinha à beira da piscina. De repente, um jovem alto, cabelo curto preto e de boa aparência chega para conversar com Rafaela.[/SIZE]
[SIZE=12pt](jovem): A Sabrina não tem coragem pra perguntar pra você o que realmente aconteceu no campus ano passado, quando você, seu namorado e aquela sua amiga estavam no ginásio.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Mas o que...? Ah, que susto! Por que está me dizendo isso?[/SIZE]
[SIZE=12pt](jovem): Só achei que você deveria saber...[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Quem é você? Você veio com quem?[/SIZE]
[SIZE=12pt](jovem): Não importa... Mas é melhor você tomar cuidado. Muita gente aqui desconfia de você, de tudo o que você disse naquela noite para os policiais. Alguém pode tentar te fazer mal...[/SIZE]
[SIZE=12pt]O jovem levanta e sai em direção à sala. Rafaela, assustada, levanta olhando o jovem indo embora. Rogério chega com as bebidas e vê Rafaela em pé olhando fixamente para onde o jovem foi.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): O que foi Rafaela? Alguma coisa aconteceu?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Não sei direito, foi estranho. Um rapaz, acho que convidado por alguém que eu chamei, falou sobre o incidente do ano passado.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): De novo isso? Por favor, vamos esquecer o que aconteceu. Não precisamos guardar lembranças ruins. Isso é algum tipo de brincadeira sem graça de alguém, você não deve dar importância pra isso.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Eu sei, mas é que ele falou de uma maneira tão estranha. Ele disse pra eu ter cuidado Rogério! Eu estou com medo...[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Amor, não fica assim. Eu estou com você e como eu disse sempre vou estar aqui.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Enquanto isso, Christina está na sala conversando com duas amigas, Karen e Karina, que são irmãs gêmeas.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): Ah, mas ainda assim você sabe que o diretor da universidade não vai mais deixar ninguém entrar lá.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Karen): É, mas será que depois de tanto tempo ele ainda acha que pode acontecer alguma coisa?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): Claro! Você sabe que aquela “reforma” lá foi fachada pra tentar apagar tudo da história do campus não sabe?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Karina): Não sei por que tanto drama. Simplesmente você, a senhorita perfeitinha e o namoradinho dela estavam lá e viram alguém morto.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): Não chame ela assim, e não foi simplesmente “alguém morto”. Quando entramos lá não sabíamos de absolutamente nada. A gente reconheceu duas pessoas por que estavam com o uniforme de esportes, mas estavam em uma situação tão grotesca que pareciam aqueles cadáveres dos atacados pelo Freddy Krueger ou do Jason nos filmes de terror, não tinha nem como saber quantas pessoas mais tinham ali, embora todos nós soubéssemos que tinham mais do que as duas que reconhecemos. Não tem como tirar uma cena daquela da cabeça.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Karina): Ainda assim, você superou enquanto a outra ficou criando caso por um mês inteiro junto com a polícia. [/SIZE]
[SIZE=12pt](Karen): Mas a Chris sempre foi mais forte nessa questão.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): E continuo sendo. Mas ainda assim, pode tirar a ideia de ir pra lá por que mesmo eu tendo superado tudo isso não quero ver uma cena dessas nunca mais. Uma coisa é gostar de filmes de terror, outra coisa é viver eles.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Karina): Que pena... Me daria uma ótima matéria para o meu curso de Jornalismo.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Horas depois na madrugada, muitos dos convidados foram embora, ficando apenas Rafaela e o namorado; os dois amigos que se juntaram na sala de estar; as gêmeas, Sabrina e Érika ficaram na varanda enquanto com mais um grupo de cinco pessoas ficaram espalhados entre os cômodos do grande apartamento. Eram quase cinco horas da manhã.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): O pessoal já foi embora?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Não todos. Ainda têm alguns nos quartos.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Júlio): A gente pode assistir a alguns filmes de terror, o que acham?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): Ótimo![/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Ah gente, não... De terror eu não quero.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Amor, você tem que esquecer aquilo tudo. É só um filme, não tem nada demais.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): É sim amiga. Isso já passou e já foi resolvido.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Tudo bem então.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Júlio): Beleza! Então qual a gente vai assistir? Eu trouxe um pouco de cada: Terror em Silent Hill, os quatro Pânico, Invocação do Mal, A Morte do Demônio, Premonição...[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): Mas a maioria dos filmes são todos iguais: alguém ou alguma coisa que fica causando suspense pra tentar assustar a gente.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Júlio): Isso é o terror, minha querida. Tem alguns mais clássicos como Sexta-feira 13 ou A Hora do Pesadelo.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Eu quero ver Pânico 4, é um filme de terror, suspense, comédia em um só além de ser até moderno.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): Ok, eu concordo.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Júlio): E você Rafaela?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Ah... Por mim tanto faz. Está bom pra mim esse.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Júlio): Beleza! Então vamos lá.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Júlio coloca o filme e apaga a luz, enquanto todos estão sentados na sala de estar.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rafaela): Precisa mesmo apagar a luz?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): É pra dar um clima mais legal pra assistir, meu amor. Eu estou aqui com você, não precisa ficar com medo.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Rafaela ainda se sente um pouco desconfortável, mas com todos os amigos e o namorado querendo ver o filme, se contenta em ver também. O filme começa com a cena das duas jovens se preparando para ver um filme de terror quando o telefone toca com alguém – o assassino que elas ainda não sabem – liga como se fosse engano. À medida que o filme passa, coisas estranhas vão acontecendo, e o homem misterioso continua a ligar.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Christina): É tão legal a forma desse filme não é? Ele mesmo fala sobre outros filmes, como são, o que fazem certo e o que fazem errado. Eu queria que tivesse mais filmes assim...[/SIZE]
[SIZE=12pt](Júlio): Sim, mas olha lá, essa é a parte que o ghostface ataca... Agora![/SIZE]
[SIZE=12pt]De repente, o assassino do filme, Ghostface surge no filme assustando todos os que estão assistindo. Rafaela abraça Rogério e esconde o rosto entre seus ombros.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Calma gente, foi só um jumpscare do filme.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Eles começam a rir, mas Rafaela ainda se sente muito mal, mas ainda assim continua assistindo o filme com os outros. Instantes depois, Sabrina, junto com os outros convidados chegam.[/SIZE]
[SIZE=12pt](Sabrina): Legal, vocês estão assistindo filme! A gente pode também?[/SIZE]
[SIZE=12pt](Rogério): Claro, senta aí.[/SIZE]
[SIZE=12pt]Todos se acomodam e Rafaela já está um pouco menos nervosa. Depois de alguns minutos, Rafaela ouve Sabrina sussurrar com os outros perguntando onde está Érika, que não havia visto no apartamento. Depois, Sabrina levanta e vai andando pelo corredor em direção a um dos quartos. Rafaela acha estranho, mas continua assistindo o filme. De repente, todos ouvem um grito aterrador e longo vindo de um dos quartos. Rafaela fica tão assustada que Rogério olha para ela sem saber o que fazer. Júlio corre para o quarto de onde veio o grito tão rápido que acaba escorregando perto da porta e olha para dentro do quarto. Ele fica pasmo, sem reação alguma. Nem se quer levanta do chão. Sabrina, com as mãos cheias de sangue sai correndo de lá em prantos. Ninguém consegue entender o que aconteceu. Rogério, depois de voltar a si após o tremendo susto, vai até o quarto também, onde Júlio levanta. A cena é completamente assustadora: as paredes estão manchadas de sangue e a da janela teve a cortina puxada para baixo, também suja de sangue. Na cama está o que parecia ser Érika, com o peito perfurado por várias facadas, quase como se estivesse em uma sala cirúrgica. O rosto da infeliz garota está ainda com a última reação que teve: uma reação de espanto, mas que não a poupou da crueldade de um assassino macabro. Ela está retorcida em cima da cama, uma posição que parece mostrar que tentou lutar, mas em vão, por sua vida. Rafaela, apavorada, se levanta e vai em direção ao quarto onde os outros já estão. Rogério a vê e fala para não se aproximar, que aquilo seria demais para ela suportar. Uma das convidadas pega o celular e liga para a polícia, em prantos. Júlio começa a falar com Rogério sobre como tanta gente na casa não conseguiu ouvir alguém morrer ali de tal forma. Alguns se retiram do local enjoados do que viram. Aquilo foi forte demais para deixar qualquer jovem em si. Júlio, com pesar, fecha a porta. Depois de um tempo a polícia chega ao apartamento, e até mesmo os policiais que foram ver a cena se espantaram com tal brutalidade. Sabrina, mais calma e com as mãos limpas mas ainda assim muito assustada, tentou ir embora mas os policiais disseram que não seria possível, todos eles ali agora eram suspeitos de um crime bárbaro. O que a polícia queria impedir é que tal ato se repetisse. Jamais isso havia acontecido, muito menos por ali. Rafaela, sem reação, juntamente com todos os outros, acompanharam três policiais até a portaria do edifício, aonde foram escoltados até a Delegacia de Polícia. Mas ainda assim, nada tirava da mente de todos os presentes, como puderam não ouvir? Como puderam deixar que algo assim acontecesse sem que percebessem? Érika era um deles, era amiga de infância de Sabrina, cresceu na vizinhança e conheceu Rafaela no colegial. Era impossível não chorar. As lágrimas de Rafaela rolavam por seu rosto, enquanto Rogério mesmo sem chorar tentava consolá-la sem sucesso – estava tão assustado quanto ela. Júlio não falou com ninguém, não conseguia. Christina não sabia como agir, tinha medo de que aquilo não fosse verdade, que estivesse louca. Pensava que aquilo não podia ser verdade, não era possível. Depois de milhares de pensamentos de dúvidas, chegaram à Delegacia.[/SIZE]
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