Entre os Montes Urais e a alguns quilômetros da fronteira com o Cazaquistão, está localizada a pequena cidade russa de Ozyorsk, que é conhecida por ser o lugar mais radioativo do planeta. Logicamente, esse título não foi conquistado de uma hora pra outra e a história da cidade nos permite entender melhor o que aconteceu para que esse lugar acumulasse taxas de radioatividade suficientes para matar uma pessoa em algumas horas.
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Como Tudo Começou
Ozyorsk passou a aparecer no mapa a ser conhecida pelas pessoas somente após 1992, quando o presidente Boris Yeltsin assinou um decreto que permitia que cientistas e pesquisadores pudessem explorar a área
Antes disso, a cidade secreta recebeu o nome de Chelyabinsk-40 e Chelyabink-65, sendo que chelyabinsk era uma referencia ao centro administrativo mais próximo e os números representam o código postal da localidade.Essa era uma maneira comum de dar nome a cidades fechadas.
Já o mistério que pairava sobre chelyabinsk-40 vinha das atividades que o governo soviético realizava no local. Na decada de 1940, a cidade foi escolhida como sede da ''Mayak'', um centro de produção de material nuclear que foi mantido em segredo ate 1990.
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Quando a existência da mayak foi oficializada,os registros já mostravam 21% de aumento na incidência de câncer 25% de aumento nos problemas no nascimento e aumento na incidência do câncer e 41% de aumento nos casos de leucemia em toda a região de chelyabinsk. Estima-se que 65% da população tenha sido afetado pela radiação sendo que os médicos tinham que atestar que seus pacientes sofriam de uma ''doença especial'', pois eram proibidos de mencionar a radioatividade em seus diagnósticos.
Falta de planejamento
O principal objetivo da mayak era produzir armas a partir do Urânio 238 encontrado nos montanhas da região Em 1948, o primeiro reator começou a funcionar, convertendo urânio em plutônio para enviar o material para os construtores de bombas.
Porém, todos os esforços da construção visaram otimizar a produção da matéria nuclear e deixaram de planejar uma maneira adequada para descartar os resíduos Sendo assim, o rio Techa, que abastecia cerca de 40 cidades e vilas da região foi um dos destinos dos resíduos nucleares
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Depois de três anos infectando o rio, o governo soviético enviou pesquisadores para se certificar de que a situação estava sob controle. Os cientistas descobriram que, em apenas uma hora, o rio emitia 25% da radioatividade liberada na região durante um ano inteiro. Essa constatação fez com que milhares de famílias fossem realocadas
Mas o problema persistia e o governo precisava encontrar um novo destino para os resíduos de sua produção nuclear. Foi quando, em 1951, o lago Karachay foi escolhido especialmente por não ter contato com qualquer outro rio ou nascente, o que fez com que os responsáveis imaginassem que o material depositado ali não se espalharia para outros lugares. Testes posteriores mostraram que a água do lago Karachay pode entrar em contato com o pântano Asanov, que também fica na região.
Acidentes nucleares
Além de poluir os rios e lagos, a mayak sofreu alguns acidentes nucleares de grandes proporções que contribuíram para aumentar os riscos de radioatividade da região. Em 1957, a explosão de um tanque resultou na dispersão de 50 a 100 toneladas de matéria de alto nível radioativo.
Ainda, em 1968, o próprio lago Karachay sofreu um período de estiagem e ficou seco. O vento acabou dispersando a poeira radioativa que estava depositada no fundo do lago em uma área de 2,3 mil quilômetros quadrados, atingindo cerca de 500 mil pessoas. Nos anos de 1990, cientistas descobriram que a taxa de radiação emitida pelo lago era suficiente para matar uma pessoa em uma hora.
Em 2003, as instalações da Mayak tiveram suas atividades revogadas. Hoje, o ria Techa contem pequenas quantidades de césio e o lago Karachay teve parte de seu leito coberto com concreto, mas ainda não e possível controlar a contaminação da população local e reverter os problemas foram causados durante tantos anos.
Fonte:http://www.megacurioso.com.br/