O banheiro parecia imenso ali pros dois, mas nem era tanto assim. Os azuleija brancos nas paredes e no chão tinham desenhos de pequenas rosas azuis, delicadas e retrô. Dentro da banheira, nús ela estava sentada atrás com os cabelos presos em um coque, e ele entre as pernas dela, ncostado com as costas no peito dela. Uma música tocava distante pela porta entre aberta, eles sempre esqueciam o rádio ligado, pois os dois eram muito ligados e então viraram um casal desligado. Ele se desencostou um pouco dela, virou o rosto pra trás e sorriu delicadamente pra ela. Ela fez o mesmo, e deu um beijo leve na nuca dele. No cantinho do chão, tinha uma caneca de plástico do batman. Ela pegou, encheu com um pouco com a água da banheira e devagar despejou nos cabelos dele; Passou os dedos, delicadamente, de olhos fechados. Ele também. Tinha notas de piano pairando no ar, envolta deles. Eles não conseguiam tirar os sorrisos do rosto. Ela deixa a caneca boiando na água e se abaixa de novo, pegando o tubo de shampoo; despeja um pouco do liquido rosa perolado na mão, e poem o tubo de volta no lugar. Espalha nas duas mãos, e depois nos cabelos dele. Nem percebe, mas a sua perna balança ao som da música, tão sutil, tão leve. Ela lava os cabelos dele devagar, como se fosse a última coisa que fosse fazer na vida. Aliás, tudo que fazia com ele e pra ele ela fazia como se fosse a última coisa da sua vida. Aquilo lhe dava prazer de viver. Amava-o acima de tudo. Pegou a caneca de plástico, encheu até a metade. Ele inclinou a cabeça pra trás, e delicadamente ela derramou a agua, e foi passando os dedos entre o cabelo dele, tirando a espuma e vendo cair de volta na água da banheira. Fez isso quatro vezes, devagar, até que toda espuma do cabelo dele tivesse já saido e se dissolvido com o resto da água da banheira. Passa os braços pelos os ombros dele e poem suas mãos no peito dele, encosta o queixo no ombro direito dele e sorri, o abraçando. Sabe aquele sentimento que você não tem certeza se é pra sempre, mas é ali e agora? Então. Era bem assim. E foi assim, pra todo o sempre deles.