Espírito de Natal feita por : João Herique e mandada para mim Um copo de chocolate quente com creme acompanhava Cris, enquanto ele escrevia seu novo livro de suspense, que, esperava que fosse outro Best Seller, como todos os seus outros livros. Seus cabelos morenos caiam sobre seus olhos novamente, fazendo com que ele os tirasse dali com sua mão direita. Olhos castanhos, vidrados em seu arquivo do Word. Lá fora a neve não parava de cair, como se fosse uma forte chuva. A cada gole, a bebida quente descia por sua garganta, satisfazendo seus desejos. Quando atingiu a página duzentos e cinqüenta, a luz acabou. Ele gritou com toda sua força. Havia se esquecido de salvar; perdera cinqüenta páginas. Chutou seu computador com força, e levantou de sua cadeira. - Inferno! – gritou ele. Seu telefone então tocou. Pegou-o e o levou ao ouvido direito. - O que foi? - Oi Cris! É o pai, como vai filhão? - Estava escrevendo e a merda da energia acabou. O que você quer? - Eu e sua mãe estávamos pensando se não poderíamos passar a ceia de natal amanhã ai em sua casa! O que você acha? - Dois velhos me enchendo? Obrigado. Tenho de terminar o meu livro, velho. Até. Pegou o telefone e colocou em seu lugar de sempre. Sentou no sofá para esperar a volta da energia, e alguém bateu em sua porta. - Quem é o maluco que está lá fora com toda essa neve? Abriu a porta, era um mendigo. - Meu bom moço, o senhor teria um casaco? - Não. – respondeu Cris fechando a porta. Voltou a sentar-se e começou a assoviar para passar o tempo, até a energia voltar. Foi quando começou a sentir muito frio. - Caramba, será que tem alguma janela aberta por aqui? Os objetos de sua casa começaram a ficar com uma leve camada de gelo, e então um estranho apareceu no corredor da casa de Cris. Ele trajava uma roupa toda branca, e seu rosto era coberto por um capuz também branco. - Q-quem é você? A “coisa” ficou em silêncio. - Eu vou chamar a policia! - Você nem sabe que eu existo, Cris. Na verdade, quase todos sabem da minha existência, mas alguns não “me têm”. - Do que você está falando? Como sabe o meu nome? A coisa aproximou-se lentamente de Cris, e tocou-o com uma mão fria e branca. Neste momento, as portas e janelas da casa se abriram e a tempestade de neve invadiu sua casa. Cris viu diante dos seus olhos, todas as coisas erradas que fizera em sua vida. Quando abusou de uma criança de sete anos, e jurou que se ela contasse para os pais iria matá-la. Viu quando deu um tapa em seu pai, por ele ter feito xixi nas calças, por ser problemático. Diante dos seus olhos, viu todas as rejeições que fizera a sua família, todas as pessoas que ele fizera mal, em segredo. Seus olhos começaram a despejar lagrimas, enquanto iam ficando sem cor. A casa de Cris agora era apenas mais uma casa tomada pela tempestade de neve. Ele caiu no chão, morto, punido. - Quem sou eu Cris? Eu sou o Espírito de Natal.
Tensão deu mesmo, uma curiosidade pra saber o que é a tal "coisa" e o que ela iria fazer (meio óbvio, já que é terror, mas enfim kk).