Um texto de minha autoria, espero que gostem.
Uma família feliz. Formando um circulo, todos sentaram e perderam horas conversando. Quando no meio da conversa Ezequiel cortou o clima da conversa:
— Pessoal, escutem, por favor. Quero atenção de vocês, por favor!
Ninguém ligou para Ezequiel. Sua voz passou despercebida. Com uma pressão estrondosa na cabeça, ele soltou um berro: “Caralho. Desde o começo da reunião dessa família eu estou querendo falar e não consigo” O pai dele, José, murmurou indignado com a atitude do filho: “Estamos conversando. Depois a gente conversa, filho”. José cortou o bedelho do filho e para acalmar o nervoso e vergonha visível de seu filho, tomou um pouco do de uma xícara, que segurava em sua mão. “Pai, eu quero ser escritor”. O clima ficou nublado. Todos trocaram olhares, sem graça, sem reação ao comentário do menino. Já que todos eram bem sucedidos advogados e médicos. O lugar se inundou em risadas, destruindo a imagem e o sorriso do menino que se abriu ao presenciar o silencio.
— Não quero ser advogado. Não vejo graça em ser advogado Gosto de escrever e de compartilhar o que vejo e sinto.
— Não. Isso é só uma fase. Todos aqui presentes na sala já um dia queríamos ser escritor, ator, musico: todas essas besteiras de adolescentes. É coisa da idade, vai passar. Agora respeite a mim e a todos.
Ainda de pé, Ezequiel respirou por alguns minutos e saiu do local balançando os braços com raiva. Começou a chorar, pois já se via como um advogado depressivo e rico, muito rico, mas depressivo pela simples razão de fazer algo que não gosta. Chorou até o sol cair, embrulhou-se em sua coberta, acendeu o abajur, pegou seu caderninho, observou, sentiu e escreveu; durante toda noite.