São Paulo, 1991 Nasce Carlos Alberto, filho de Rosana e Thiago. Morando em Santo Amaro, desde pequeno, Carlos foi influenciado pelo pai a jogar futebol. Mal sabia andar e o pai colocava uma bola, maior do que ele e o segurava, falando para chutar. Inusitado, eficiente mas inusitado. Não demorou muito para aquele garoto crescer e se apaixonar pelo esporte. Aos dois anos e já estava vestindo a camisa que o pai havia ganhado de um dos ídolos do futebol da época: Evair. Palmeiras desde muito novo, com quatro anos já ia aos estádios junto com o pai, estando presente até mesmo no confronto entre torcidas no Pacaembu em 95. Santo Amaro, 1996 Influenciado pelo pai, Carlos jogava bola em uma quadra do lado sua casa, mas, diferente de todos os outros garotos que só pensavam em driblar e correr até as traves, ele ficava parado, só realizando passes. Perguntado pelo pai porque, ele respondeu "Porque se eu não ficar aqui, não terá ninguém pra mandar a bola pra lá!". Thiago, impressionado com a atitude esperta do filho, pagou 400$ para conseguir colocar Carlos para treinar no Portuguesa. Após 3 meses, o garoto mostrou um bom desempenho nos treinos de futsal, chamando atenção de muitos olhares. Em 1997, recebeu o convite de ser formato pelo Sport Club Corinthians Paulista, o pai, animado, falava-o para aceitar, mas, para Carlos, o amor pela camisa mais do que o próprio futebol. Recusou por honra ao Palmeiras. A diretoria amado do clube, por sua vez, deu uma proposta ao pai, não tão atraente quanto a do Corinthians Paulista, mas, ainda sim, boa. Carlos se apresentou ao CT do time em lágrimas, pois não acreditava no que estava acontecendo... A partir daí, triunfos viriam para a vida... fatalidades também. BR 116, 1999 Viajando voltando para São Paulo, em uma tarde de domingo, o inesperado acontece: Um gol desgovernado na estrada vinha em direção ao uno da familia... Thiago tentou desviar, mas... [...] Carlos acorda assustado, sentindo um forte cheiro de eter. - Onde estão meus pais?! - Calma, vai ficar tudo bem - Me diga onde estão meus pais! - Começa a chorar, imaginando o pior. Um doutor chega ao quarto de hospital e informa o acontecido a Carlos. Dias depois, recebe alta e sai do hospital. Amparados pelos tios interesseiros, somente a foto de seus pais o faz sentir bem, já que tudo no mundo morreu para ele. Passou-se um mês e retornou suas atividades no Palmeiras, jogando pelo Sub-9. Vila Zelina, 2005 Com 14 anos, aquele menino com o cabelo grande já se tornou quase um homem... claro, com exceção do porte físico, espinhas e cabeça. Morando com uns tios em um bairro classe-média na Zona Leste, Fernando não os suportava, pois era bem visível o interesse financeiro deles em sua carreira futebolística. E já era notícia em todos os jornais, conhecido como "Talismã Palmeirense", por ter muito talento com a bola. Seu tio, Márcio, um classe média interesseiro, que o amparou tentou atacar de empresário de Fernando, que, retrucou e recusou. Ele não era mais bobo, não como a época da morte dos pais. Após ter sido rejeitado, Márcio partiu para cima de Carlos, que, por sí, revidou. Foi expulso de casa e passou a morar no Centro de Treinamento do clube. Barra Funda, 2008 Assim que fez 17 anos, foi promovido para a equipe principal, sendo o jogador mais jovem a poder atuar pela equipe principal naquela época. Sua habilidade era o destaque, velocidade, passes precisos e dribles desconcertantes. Era cogitado para jogar na seleção Brasileira, na época, no comando de Dunga. Foi um dos responsáveis pela conquista do Campeonato Paulista de 2008. Após a conquista, foi com alguns colegas de equipe para uma boate no centro da cidade... foi aí que os reais problemas começaram. Pelas ruas da cidade, 2008 Era festa por festa, se envolvendo cada vez mais com álcool e drogas. Sexo toda hora e cocaína a disposição, era o que estava transformado na vida de Carlos. Tendo cobranças do clube para retornar os treinos, retomar a postura, Carlos chegou a agredir o treinador dentro do centro de treinamento, na época, Vanderlei Luxemburgo. Foi expulso do Palmeiras e era estampa de todos os jornais. Carlos, sem empresário, sem postura... acabou ficando sem clube, ninguém queria contratar um drogado indisciplinado e violento... Foi essa questão que o fez afundar de vez nas drogas. São Caetano, 2009 Após largar as drogas e tentar começar uma vida nova, foi chamado pelo clube Associação Desportiva São Caetano para recuperação e treino. Carlos começa a treinar e voltar a forma. Em poucos meses já estava em ação, só não jogando tão bem quanto antes. O que mais o afetava era a manchete nos jornais "Onde está Carlos?!", referindo-se ao fraco futebol que o mesmo havia apresentando. Com o desempenho ruim, o clube não quis renovar o contrato, deixando Carlos novamente sem emprego. Em que mundo agora ele pode parar? Heliópolis, 2010 Com muito pouco dinheiro, mudou-se pra Heliópolis, uma periferia localizada na Zona Leste. Queimado pela imprensa, apagado pelos clubes, esquecido pelos torcedores, Carlos arruma um emprego que o levou a tudo isto: Drogas. Dessa vez, sem consumir, apenas vender. Foi passando o tempo e os negócios indo bem, logo tornou-se o braço direito do 'dono' da favela, Vadão. Com muita grana rolando, Carlos retorna ao "poder", com drogas, piranhas, grana e capangas a disposição. Heliópolis, 2011 Vadão é assassinado a tiros na entrada de sua comunidade, segundo rumores, por uma facção rival. Todos indicavam a facção conhecida como 13 Da Vila como responsáveis pelo homicídio. Tomando a linha de frente dos negócios, logo Carlos organiza um grupo armado até os dentes para pegar os responsáveis, aquilo não iria ficar barato. Tudo pronto! Todos partem pra missão... O Voyage freia bruscamente e todos com fuzis descem do carro, atirando sem parar contra os membros do 13. Passou-se um dia, e, enquanto toma um café de manhã, recebe a notícia por nextel de um mano na contenção, dizendo que todos na missão morreram. Carlos, impressionado, arruma suas coisas e se muda, abandonando o tráfico, mas, sem perder sua aliança com o PCC. Penha, 2012 Durante uma reunião organizada pelo Primeiro Comando da Capital, na Penha, uma equipe de ROTA invade o local, em silêncio e pega todos de surpresa. Sem poder de reação, todos tentam se proteger como podem, mas, acabam sendo baleados pelos policiais. Carlos corre, chega até o estacionamento e entra em seu carro, mas é surpreendido por uma viatura de ROTA. - Desce do carro agora! Desce! - diz o policial, apontando a pistola para Alberto. - Agora é vida ou morte. - Diz Carlos, que pega calmamente no banco do carona um revolver. Ele vai descendo calmamente do carro, quando puxa a arma... não dá nem tempo de puxar o gatilho... Carlos cai ao chão, sendo baleado várias vezes. Em seus últimos segundos, pensa que poderia ser diferente... Mas, feito é feito, não dá pra voltar atrás. - Essa é uma história real, porém, com adaptações e mudanças de nome como os clubes, familiares, grupos, etc. Fatos como o titulo do Campeonato Paulista, agressões, mídia e etc não procedem.